Compliance é um tema bastante debatido dentro das empresas. As organizações buscam cada vez mais transparência em relação aos seus processos, internos e externos, e às negociações. É aí que entra em questão a gestão dos parceiros de negócios ou, mais especificamente, a gestão de riscos desses parceiros.
Factores como o aumento da terceirização das actividades, novas regulamentações e obrigações legais vêm expondo cada vez mais os riscos inerentes ao relacionamento na cadeia produtiva. Isso porque não basta garantir compliance dentro da organização, é preciso assegurar, também, que os parceiros sigam uma série de regras para a integridade das negociações.
Imagine um comércio retalhista cujo fornecedor de mão de obra utiliza colaboradores irregulares na confecção dos produtos. Por mais que esse seja um processo terceirizado da empresa, a responsabilidade por omissão recai sobre a marca. Sendo assim, é fundamental garantir que os fornecedores sigam todos os critérios de governança, as leis trabalhistas, além de outras normas e regras. Afinal, ninguém quer correr riscos em relação à reputação da marca, certo?
Não são poucas as empresas que ignoram a importância dessa etapa. Um estudo recente sobre “Risco de Terceiros”, realizado pela Thomson Reuters, entrevistou cerca de mil empresas em nove países e revelou que apenas 55% das pesquisadas brasileiras fazem análise de risco (due delligence) dos seus subcontratados. Esses dados reforçam que a falta de conhecimento em relação à reputação de seus fornecedores (práticas de corrupção, uso de mão de obra irregular, etc.) é alta, o que pode resultar, inclusive, em punições legais para as companhias contratantes.
Neste cenário, onde as empresas estão cada vez mais dependentes dos seus fornecedores, o desafio é implementar processos eficientes de gestão de riscos – desde o saneamento dos dados cadastrais dos parceiros até a avaliação da reputação da companhia e dos seus executivos. Aspectos como habilitação jurídica, verificação de regularidades fiscais e trabalhistas, qualificação técnica-operacional e práticas de sustentabilidade devem ser pontos-chave na gestão dos fornecedores. É preciso monitorizar esses requisitos constantemente, não apenas na hora de fechar um acordo.
Uma vez definidos os processos, é a vez de realizar um alinhamento interno para lidar com a pressão entre a necessidade de atender os níveis de serviços (internos, como prazos para realização de um processo de compras) e o cumprimento das normas estabelecidas no momento da homologação dos fornecedores.
A homologação de fornecedores é extremamente importante para ajudar a garantir a qualidade dos serviços e produtos dos parceiros. Muitas empresas contam com uma área dedicada apenas ao tema, que busca novas formas de desenvolvimento, implementação e manuseamento de ferramentas automatizadas para verificar a documentação completa dos fornecedores.
Automatizar este processo por meio da tecnologia traz benefícios como padronização e reunião das informações numa base única de dados, integração com outros sistemas,, emissão de relatórios gerenciais e redução do tempo investido na contração e gestão do fornecedor. Aliás, vale destacar a principal vantagem da automatização de processos operacionais: a equipa de compras pode-se dedicar às actividades estratégicas e menos processuais, acções que de facto geram valor para a organização.
Para resumir, olhar com atenção para questões de compliance é vital. Se por um lado, os riscos não podem ser completamente extintos, por outro, saber administrá-los usando as ferramentas correctas faz toda a diferença. Ou seja, uma gestão eficiente dos parceiros é fundamental para o sucesso do sector de compras da sua empresa e, para o sucesso da organização. Automatize processos operacionais e mude o foco da sua equipa para o que realmente interessa: o core business da organização. Por fim, fique atento aos seus fornecedores, pois são uma extensão da sua marca.
Adaptado do artigo do Blog ME Brasil, by Marcelo Pereira, director da área de Gestão de Fornecedores do Mercado Eletrônico.
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